Sobre
Observando a criação
O artista plástico Ricardo Carneiro, bacharel em Direito pela UFPE e servidor do Bacen, filho de engenheiro agrônomo e psicóloga, casado e pai da Isadora, em meio às mudanças na rotina no ano de 2020, descobriu a pintura como uma necessidade cotidiana, um momento de terapia e de reflexão.
Em meio ao isolamento social, o artista se refugiou com a família por alguns meses na pequena cidade de Gravatá/PE, uma região de serra, período em que desfrutou de um contato mais próximo com a natureza.
Contemplar e sentir a obra do Criador maior é um momento de religiosidade que o artista desfruta de forma muito intensa.
Observar a sinergia existente entre todos os elementos naturais, não só em relação à diversidade de cores, como também ao designer e lógicas divinos e uma reflexão prazerosa.
Como reflexo desse traço da personalidade, naturalmente a temática inicial de suas obras destaca as paisagens de campo, a beleza dos animais, árvores e o clima rural.
Diante dessas influências, a primeira fase de produção é marcada pela predominância da cor verde, que está presente praticamente em quase todas as obras, mais um reflexo do momento de moradia temporária no interior.









Dentre as obras desta primeira fase, pode-se destacar as obras dos pássaros, tucanos, galos, cavalos. Em “A Fazenda”, de 1,2m x 0,8m, onde em um primeiro plano há o destaque de uma família de carneiros da raça Dorpper, que fez parte da criação de carneiros do avô paterno. Em um segundo plano, há a presença do frambloyant, árvore presente na casa de praia do avô e que o pintor também plantou em 2008, em Gravatá. No terceiro plano, temos uma casa, com cercas incompletas, como se houve um desinteresse em limitar o terreno da propriedade da paisagem do entorno. Ainda tem a presença de montanhas e céu com nuvens, ambos passando a ideia de profundidade e distância. Nas nuvens, há a presença de elementos quase ocultos que remetem ao desenvolvimento e expansão espacial, temática que será aprofundada na segunda fase de produção artística.
Durante as pinturas, o artista vai se aprofundando em reflexões sobre a perfeição da natureza, a sua beleza imensurável e a divindade desses elementos naturais. Pintar passa a ser, mais que um momento de relaxamento, mais um ato de religiosidade, um estágio de comunicação e oração com o Criador Maior.
Nesse processo, o artista percebe que há na natureza uma energia que transcende o mundo físico. As cores da obra refletem a existência de um designer inteligente, que conecta o animal e tudo ao seu redor. Ao observar a obra “O carneiro”, por exemplo, cada espectador vai ser encarado pelo animal, como se houvesse uma busca por uma reflexão nessa troca de olhares.






No quadro, o astronauta está a observar as águas tranquilas de um rio. Na outra margem, há uma macieira, no centro do jardim. Em um dos pontos focais do quadro, no céu, há o telescópio james webb. Essa obra marca o início de obras com uma presença mais marcante de elementos da astronomia e reflexões filosóficas. A aprofundamento do conhecimento do consciente e “eu” verdadeiro desperta no artista esse prazer por reflexões e indagações que acompanham a humanidade ao longo dos anos: De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos?
Ricardo Carneiro
Pintar passa a ser, mais que um momento de relaxamento, mais um ato de religiosidade, um estágio de comunicação e oração com o Criador Maior.

